domingo, 13 de setembro de 2020

 


Todos os dias ele chega em casa e se pergunta: o que eu estou fazendo aqui?

Ele não sabe mais seu lugar no mundo, sabe que deveria estar se divertindo, curtindo sua vida curta.

Mas novamente, ele está dentro do seu quarto escuro, ouvindo a própria angústia, sentindo as próprias lágrimas.

Ele não é mais puro, não é livre, não é criança.

Ele não é puro de alma, pois cada vez que a luz encontrava um buraco para escapar, a solidão cobria com tristeza.

Seu sorriso já não era dos mais puros que existiam, ele sorria automaticamente para coisas que não faziam sentido para si.

Essa impureza se tornou um parasita, que não deixa sua alma ser limpa, não deixa sua alma ser pura.

Mas então, se o homem não podia ser puro, deveria passar o resto de seus dias sendo impuro? Deveria se deixar abater com esse problema? Ser impuro realmente era um problema?

Ninguém é tão puro quanto parece.

Uma alma pura é uma alma branca, uma alma vazia... Vemos a impureza como sujeira, como escuridão, mas talvez, só talvez, essa sujeira tenha um significado, talvez essa escuridão não seja tão escura assim.

É melhor conviver com a sujeira que mostra quem você realmente é, que marca as lembranças da impureza eterna ou uma alma limpa e vazia, uma alma de quem não viveu?


Rouge Alterf

10 comentários:

  1. Somos todos falhos e a impureza não reside sobre os erros. Precisamos fazer deles aprendizado e aquirir a capacidade de perdoar a nós mesmos. Bjs.

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  2. Belo texto. A impureza do texto traz a mim a certeza de que somos "puros" enquanto somos inocentes e as coisas deste mundo não nos afeta.
    Após crescer e ter de lidar com a sujeira da existência,nos tornamos prisioneiros e impuros.
    Prazer voltar aqui
    Xeru

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  3. Lo mejor siempre sera ser quien eres, y jamas dejar de serlo, impura o pura, quien dice o quien dicta quien es quien si ya nacemos con el veneno en la sangre, es cosa de quien logra purificarlo y darle control y quien no.
    Otro maravilloso relato reflexivo, invitas a la reflexión con una solvencia digna de admirar, abrazos con cariño Julia

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  4. Lindo e temos que saber crescer,sem nos deixar contaminar com as sujeiras do mundo...beijos, chica,linda semana!

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  5. Um texto que nos convoca para uma reflexão.
    Nada nem ninguém é perfeito. Se assim é, vamos ter que saber viver com todas as imperfeições do mundo, inclusivé com as nossas próprias imperfeições. Engana-se que pensar que pode esconder as suas "sujeiras". Tudo, algum dia, se vai tornar claro e evidente...

    Uma boa semana.
    Um abraço!
    A.S.

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  6. Parabéns, adorei o texto e reflexões!
    Uma alma viva está sempre em aprendizado, achar-se limpo é acreditar que é perfeito e não tem nada a aprender...É vazio, estar estacionado em si mesmo o tempo todo.
    Abraço!

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  7. Uma belíssima reflexão! A grande maioria das pessoas, se escondem debaixo de uma capa de perfeição... todos falhamos... e ninguém tem vidas imaculadas... que soam a oco... o que importa, é no meio das nossas imperfeições, estarmos dispostos a sermos as melhores pessoas que conseguimos ser, dadas as nossas circunstâncias!
    Adorei este espaço bem inspirador! Já te seguindo, pois claro!
    Temos um blog de fotografia, onde também gostamos de partilhar inspirações e música! Se nos quiseres visitar, estamos em artandkits.blogspot.com e adoraríamos a tua presença!
    Beijinhos! Muitas felicidades, para este teu espaço, que adorei conhecer! Sempre que der, cá estarei espreitando as novidades!
    Ana

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  8. Creio não ter deixado o nosso endereço certo... é no que dá as pressas... :-))
    artandkits.blogspot.com é onde nos podes encontrar...
    Beijinhos!
    Ana

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  9. Olá, Júlia

    Todos temos o nosso lado lunar. Podemos e devemos ir aperfeiçoando-nos e limando arestas sem, contudo, alcançar a perfeição. E nisso se traduz a nossa condição de humanos.

    Gostei muito do texto. Convida à reflexão.

    Beijinhos

    Olinda

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